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A Renova concluiu no final do ano passado o último estágio de seu plano de recuperação judicial. A empresa colocou em operação os 152 aerogeradores do Complexo Eólico Alto Sertão III – Fase A, com 424,5 MW de potência instalada, único ativo operacional restante da companhia. Enquanto a empresa ainda não deixa oficialmente a posição de empresa em RJ, pois essa ação depende do juiz do caso, a companhia começa a se organizar e prepara um planejamento estratégico para os próximos quatro anos.

Esse plano, revela o CEO da Renova desde meados de 2022, Daniel Gallo, está em desenvolvimento junto ao Conselho de Administração da empresa e deverá ser oficializado em alguns meses. Por esse motivo, ele não revela em detalhes sobre quais devem ser os próximos passos da geradora que surgiu como uma das empresas mais agressivas em termos de expansão da capacidade nos primeiros leilões da fonte eólica no Brasil e que acabou entrando em crise até chegar ao atual estágio.

“Esse plano será entre quatro a cinco anos, até porque, em se tratando de infraestrutura de energia não pode ser menos que isso. E devemos aprovar um plano de crescimento nem tão agressivo como tivemos no passado, mas um que esteja de acordo com as condições de mercado. Nosso portfolio é grande e podemos fechar parcerias”, contou Gallo em entrevista à Agência CanalEnergia. “Enxergo que poderemos participar do futuro em campos como hidrogênio verde, vemos o mercado buscando novas tecnologia, mas nesse campo ainda existem discussões regulatórias que devem ser definidas”, acrescentou.

Estamos com foco em sair da recuperação judicial e depois, a partir do segundo semestre, olhar para expansão.
Daniel Gallo, Renova Energia

Gallo lembra que esse portfolio da Renova é da casa de 7 GW de potencial já mapeado, 95% desse volume está na fonte eólica e os 5% restantes de solar. Mas é justamente nessa segunda que a empresa trabalha no momento para viabilizar seu segundo ativo operacional, de menor porte, em geração distribuída, cuja obra está em fase adiantada, na cidade onde a empresa mantém seu escritório na Bahia, Caetité.

O executivo destacou que esses projetos de maior porte estão localizados em áreas que podem ser classificadas como as melhores do país. Isso em função de ainda serem herança de um momento em que a fonte começava a dar seus passos no Brasil e a disponibilidade era quase total.

Apesar desses números e possibilidades, o CEO confirmou que qualquer ação rumo à retomada da expansão da capacidade de geração da Renova começará apenas no segundo semestre de 2023. E isso por conta dos prazos legais que envolvem a recuperação judicial. “Nosso plano de crescimento tem que ser responsável e condizente com a realidade da companhia. Ainda há temas estratégicos e legais que são avaliados pela companhia e por agentes externos, então eu diria que temos o objetivo de sair da RJ e fazer bons negócios, mas  estimamos que poderemos sair próximo ao final do primeiro semestre”, avalia.

Ao se confirmar essa previsão, a empresa poderá buscar financiamentos, parcerias e associações com outras organizações para implementar esse plano de crescimento que está em desenvolvimento. Antes disso não existe a possibilidade. Além de parques eólicos, a fonte solar poderá ser usada para a hibridização de plantas e viabilizar uma curva de geração mais estável ao longo dos dias. No perfil de clientes a empresa poderá buscar os tradicionais PPAs no mercado livre,  ambiente que vem liderando a expansão do setor elétrico nacional, mas os arranjos que podem ser considerados também navegam em sociedades com autoprodutores.

“Nosso foco no momento é fechar a RJ e depois a partir do segundo semestre olhar para a expansão”, resumiu Gallo.

Parque eólico do Complexo Alto Sertão III – Fase A da Renova em operação. Foto: Maurício Godoi-Agência CanalEnergia

Operação

O complexo Alto Sertão III – Fase A é um dos 10 maiores parques eólicos da América Latina. O complexo passou a fornecer 100% da energia prevista no plano de recuperação judicial aprovado em dezembro de 2020. É formado por 26 parques eólicos e passa a operar atualmente com 152 aerogeradores, que irão produzir 424,5 MWs de energia, o que atende a contratos LER 2013 e LER 2014 do mercado regulado, firmados pela companhia.

Esse processo de retomada da geração pela Renova começou há quase um ano, quando a Aneel liberou as primeiras máquinas. Em março a companhia estava com os planos bem traçados para finalizar o projeto.

Gallo reforçou que esse marco do plano foi concluído antes do prazo previsto. Segundo ele, esse fato demostra a eficiência da empresa na implantação deste empreendimento, um feito classificado por ele como inédito tratando-se de um projeto que teve sua construção retomada em abril de 2021 depois de anos paralisado.

A empresa investiu aproximadamente R$2,7 bilhões no projeto que conta com 4 subestações e 208 km de linhas de transmissão, distribuídos nos 26 parques que produzem energia para os mercados regulado e livre. Até o primeiro trimestre de 2023 mais três aerogeradores completarão o complexo, que terá a capacidade instalada total de 432,6 MW.

Segundo dados do último balanço trimestral de resultados a empresa agora possui dívida de quase R$ 1 bilhão. Esse patamar deve-se à venda de ativos operacionais como a Brasil PCH e Espra. Além de uma capitalização onde a Cemig deixou a empresa e a gestora Angra Partners assumiu o controle da companhia, com 67% de participação. Adicionalmente a Renova também negociou o projeto Cordilheira dos Ventos, localizado Rio Grande do Norte.

No acumulado do ano de 2022, até setembro, o balanço da empresa mostra que a companhia registrou um lucro acumulado até setembro de 2022 de R$ 27 milhões e encerrou o período com Patrimônio Líquido positivo em R$ 161 milhões. No ano anterior ainda estava no campo negativo por não dispor de ativos geradores de caixa.

Atualmente 14 projetos já contam com licenças emitidas pelos órgãos ambientais, totalizando cerca 5,4 GW licenciados.